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A miúda dos olhos verdes

A miúda dos olhos verdes

Nem só de papas vive esta miúda

Se é cá dos meus, sabe como é acordar (mesmo antes das sete da manhã) com uma vontade de devorar este mundo e o outro. O pequeno-almoço é, sem dúvida, uma das minhas refeições preferidas e onde mais capricho na confecção.

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A base é sempre a mesma: flocos de aveia bio e integrais. Já os toppings vão variando entre sementes, frutos secos, fruta ou até mesmo deliciosas pepitas de cacau.
É uma daquelas reconfortantes rotinas, e embora já não me imagine sem este pequeno ritual matinal, por vezes temos que nos ajustar às circunstâncias das situações. Pois foi exactamente o que se passou este verão.

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Entre fins-de-semana fora em hotéis ou casas de amigos, cada cozinha é um outro mundo e reflecte uma outra perspectiva, por vezes não totalmente coincidente com a nossa. E é nestas alturas em que nos apercebemos do quão importante é alcançar aquele equilíbrio entre respeitar os outros, sem com isso descurar as nossas convicções e forma de estar.

E fez-se luz
O caso pode parecer parvo e insignificante, confesso que pensei duas vezes antes de o escrever.
Mas decidi expô-lo à mesma, porque na altura me fez realmente perceber a frequência e mundanidade destes episódios nas nossas vidas.

Todas as manhãs de Agosto que passei fora de casa, fui brindada com uma excelente mesa repleta de iguarias. Não havia papas do que quer que fosse, mas comida era o que não faltava.

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Alentejana de corpo e alma como eu, sou incapaz de resistir a uma boa fatia de pão fresco e caseiro, então se for quentinho...e eis que já generosamente servida deste, constato que todos os outros comensais afogam as suas torradas em manteiga, queijo, presunto, fiambre...e eu ali, de repente a sentir-me de fatia "despida", tentei arranjar uma rápida solução. Clandestinamente, coloquei umas fatias de fruta descascada no pão (para evitar as compotas saturadas em açúcar), com o meu ar mais impávido possível perante olhares disfarçadamente abismados com aquela peculiar solução.

A dúvida instalara-se. Como resolver este problema?
Já de volta de férias, e de frigorífico reabastecido ao gosto da famelga, corri as prateleiras todas à procura de algo com que pudesse barrar o pão...e nada. Fiquei convencida que vivia numa fábrica de lacticínios.
Afinal, esta é a nossa tradição. Os costumes gastronómicos portugueses estão intricadamente enraizados nestes produtos. Mas será incompatível optar por escolhas mais conscientes sem deixar de ser um "bom português"?

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Challenge accepted
Fui pesquisar. Somos um país orgulhoso da nossa manteiga dos Açores e premiados queijos, desde os mais curados até ao queijo da serra ou de Serpa capazes de empestar o ar por onde quer que passem.
Mas depois fez-se luz! Mas e o nosso azeite, mundialmente reconhecido e prestigiado? E as míticas amêndoas do Algarve, estrelas nas sobremesas do Sul (e não só!)?

Trago-vos então duas alternativas, uma doce e outra salgada, ideais para um breakfast of champs, ou mesmo para qualquer refeição que puxe por uma boa fatia de pão.

A minha versão de tomaca
Por incrível que possa parecer, este é o típico pequeno-almoço dos nuestros hermanos andaluzes. Consiste, na sua receita original, duma torrada, previamente oleada com azeite de boa qualidade e aromatizada com alho, que é depois barrada com uma pasta de tomate.
É uma receita modesta mas absolutamente deliciosa, já para não falar das vantagens da combinação destes dois ingredientes que potencia os efeitos benéficos do tomate e a absorção dos seus nutrientes pelo nosso organismo.
Dica: retire, sempre que possível, as sementes do tomate.
No entanto, gosto sempre daquele cheirinho de forno acabado de usar, e não resisti a experimentar uma receita mais "consistente". Basta cortar um tomate em fatias, colocar sobre o pão, regado previamente com azeite suficiente para não secar (atenção, sem abusar!). Já quanto aos temperos pode usar toda a sua imaginação: coentros, cebolinho, alho, cebola, chalotas, manjericão, órgãos, alecrim, beldroegas...Para finalizar e se assim o desejar, basta temperar com uma pitada de sal e/ou pimenta.

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Pasta de amêndoa
Mais doces que o amendoim e ricas em proteína e gorduras saudáveis, as amêndoas são dos meus alimentos preferidos. São dos frutos secos mais facilmente digeríveis, e ao contrário de algumas das suas companheiras oleaginosas (como as nozes), estas não provocam, em regra, o aparecimento de aftas.
Escolha de preferência um exemplar sem açúcares e gorduras adicionados, ou opte mesmo por fazer a sua pasta caseira.

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Coming soon...
No próximo post falarei de recheios de sanduíches saudáveis e práticos para levar para qualquer lado.

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